Crónicas de viagem: Porto – Salamanca – Madrid – Toledo – Porto

22/03/2013

” – Não te preocupes, em Madrid nunca chove, já estive lá dezenas de vezes e não me lembro de ter apanhado um dia de chuva”…

23/03/2013

Chove.

Saída em direcção a Salamanca paragem na Guarda para almoçar. Após alguns “jogos para fazer passar o tempo” o meu filho decidiu que era hora de vomitar. Por isso, paragem súbita à entrada da cidade para gastar o primeiro pacote de toalhetes a limpar camisola, calças, bancos e tapetes. Porque o mundo é grande e a realidade está cheia de improbabilidades, enquanto estamos nestes reparos, passa por mim , de bicicleta, a única pessoa que conheço na Guarda, o meu amigo Eduardo.

Pausa para almoço no Jaime, que o cabritinho assado na brasa tinha sido uma recomendação. O cabrito não foi mau de todo embora esperasse bastante mais. É servido integral querendo isto significar que, desde a cabeça aos pés do bicho, tudo é grelhável e portanto teoricamente comestível, gordura inclusive. A não repetir, também pelo ambiente, desconfortável para não dizer pior.

Chegada a Salamanca por volta das 17 locais. Entrada no hotel tryp montalvo, às portas da cidade. Muito bem amanhado. Quartos limpos e serviço simpático. Parque disponível à porta do hotel. Fica a 3 km do centro.

Visita tardia a Salamanca com o tempo a não ajudar . Muito frio.

Salamanca continua bonita, limpa e animada.
Salamanca continua bonita, limpa e animada.

Quando regressamos ao hotel, por volta das 22:00, a plaza mayor e as ruas circundantes estavam apinhadas de gente.

24/03/2013

Chove.

Saída em direcção a Madrid com paragem em El Escorial.

Auto-Estrada com paisagens muito bonitas e gratuita. Viva o estado social.

Chegamos ao Escorial por volta das 12 e iniciamos a nossa visita. O Escorial é um palácio austero, em pedra, sem muito requinte. Não tem grande interesse artístico, apenas histórico.
Destaca-se uma visita completamente descoordenada, com entradas e saídas à chuva. No final, para recolher guarda-chuvas e mochila, tive que circundar metade do palácio por fora e voltar a passar pelo check-in de segurança na entrada. Felizmente tinha conservado os bilhetes…

Terminamos a visita pelas 14 e fomos em busca do El Charolês, para o famoso cocido madrileño. Infelizmente o cocido serve-se apenas às segundas, quartas e sextas pelo que acabamos num restaurante próximo, o “el sol sale para todos” onde por 54 euros comemos uma sopa castelhana (sopa do cozido), uma caldereta de cordeiro, uns filetes de pescada, pão, cerveja (duas duplas), água, tostada de bacon e umas lentilhas. Tudo muito bom apesar de não podermos ficar indiferentes à típica “limpeza de mesas à espanhola” que se caracteriza por atirar os despojos dos clientes anteriores, para o chão. Ao fim de duas rodadas de clientes, podem imaginar como fica o chão.

Saída para Madrid em direcção ao apartamento na calle principe. Uma viagem de meia hora, atribulada pelos enganos dos gps…

Chegados ao apartamento confirmamos o que há muito sabemos, as fotos enganam. Mais pequeno do que esperávamos não deixa de ser prazenteiro e agradável. Limpo e bem iluminado por luz natural. Dá para 2 adultos e 2 crianças pequenas mas praticamente só para dormir e cozinhar. Não dá para estar muito mais tempo porque o espaço é exíguo. Mas entre espaço e limpeza sempre preferimos esta segunda pelo que não demos por má a nossa escolha.
Além do mais, as redondezas estão bem providas dos mais variados serviços e temos a Plaza da Santa Ana a 20 metros. E assim sendo, quem quer estar em casa ?

Esplanadas na Plaza de Santa Ana
Esplanadas na Plaza de Santa Ana

Saída para estacionar o carro em atocha no aparcandgo.com. 15 euros por dia com serviço de shuttle gratuito para Atocha. Os parques centrais em Madrid custam no mínimo o dobro deste pelo que se aconselha vivamente para estadias mais prolongadas.

Visita à estação de atocha e viagem de metro para o mercado de San Miguel onde celebramos o aniversário da Marta. Muito bom apesar do caos de gente, algo que muito nos costuma incomodar. O mercado tem um ambiente espectacular com diversas bancas gastronómicas das mais tradicionais às mais modernas, a mostrar o que se faz de melhor. Todas as bancas têm balcões e existem também algumas mesas dispersas pelo mercado. O sistema é simples. Compra-se o que se quer em cada uma das bancas e pode-se circular pelo mercado com a comida e com a bebida. Comemos parrilhada de carnes, calamares, paella, 2 copos de tinto e angulas. Tudo recomendável. O único problema é mesmo a multidão, principalmente para quem como nós, leva duas crianças.

Mercado de San Miguel, o nosso mercado favorito.
Mercado de San Miguel, o nosso mercado favorito.

Regresso a pé para casa passando pela plaza mayor.

Sleep mode.

25/03/2013

Chove.

Saída as 11:30 para a Puerta de Alcalá. Visita ao parque do retiro, com alimentação de esquilos pelo meio, monumento Alfonso XII e Palácio de Cristal, uma construção interessantíssima.

uma das estações coloridas do metro de madrid
uma das estações coloridas do metro de madrid

No meio da tormenta ( chuva e muito vento frio) dirigimo-nos para a igreja de S Jerónimo e posteriormente para Cibeles e museu Thyssen Bornemitzsa, gratuito das 12 as 16. Saímos e calcorreamos a Gran Via atá à Plaza de Espanha, regressando pela Plaza Callau descendo pelo mosteiro das Descalzas Reales (fechado) e Porta do Sol.

Jantar na Plaza de Santa Ana, ao lado de casa, no Tartufo. Um pincho de Solomillo com cebola confitada, outro de solomillo com foie, um pincho de tortilha, umas almôndegas com arroz, uma cervejita (duas para ser exacto) e um suflé de chocolate com gelado (a especialidade da casa), tudo por 32 euros. Ah, e mais 3 rosas que não comprei mas que nos foram “oferecidas” e pelas quais, a título de gratificação pela dita, desembolsei 3 euros (confusos ? se quiserem posso explicar mais abaixo na cx de comentários…)

Passeio pelo quarteirão a volta de Santa Ana, verificando a quantidade e qualidade de oferta em termos de restauração que por aqui se encontra. A localização do apartamento não foi de todo mal escolhida.

26/03/2013

Chove.

Saída às 12 com começo na fuente Cibeles. Caminhada pelo passeio de Recoletos em direcção ao museu arqueológico e biblioteca nacional.

Ataque a Colón. Regresso a recoletos para almoco no Cafe Gijon. O Café Gijon é um dos cafés centenários de Madrid. Por 50 euros almoçamos menu do dia para os 4. Se quiserem quantidade este é o local, se quiserem qualidade escolham outro.

Entrada para o Mercado de San Anton
Entrada para o Mercado de San Anton

Saída em direcção ao mercado de San Anton no bairro da Chueca e visita a Plaza da Chueca, onde se encontra a taberna Angel Sierra.

Uma das ruas que dão acesso à Chueca
Uma das ruas que dão acesso à Chueca

Regresso pela calle hermosilla em direcção à iglesia de santa barbara, que estava fechada.

Visita ao Prado, gratuito das 18 as 20.

Saída para a plaza del angel para tomar um copo com o nosso amigo João no Café Central. Confirmamos a minha percepção em relação a esta chuva de Madrid. O que não choveu durante 10 anos está a chover esta semana. Madrid, assim não dá !

Jantar no Nemrut Doner Kebab para “desenjoar” (LOL). Pouco recomendável.

Uma perspectiva da Plaza de Santa Ana
Uma perspectiva da Plaza de Santa Ana

27/03/2013

Chove.

Telegráficamente: Plaza de santa ana, C/huertas, Plaza de jesus, Iglesia de jesus de medinaceli, Congresso dos deputados, Plaza de las cortes, C/sevilla, C/alcala, Puerta del sol, C/ de la sal, Plaza mayor, Plaza de la provinzia, C/toledo, Mercado san miguel, Plaza de la villa e finalmente visita ao Palácio Real. Como era gratuito a esta hora, estivemos uma hora na fila para entrar. Feitas as contas, que tivemos tempo para muitas, a fila moveu-se a 360 metros por hora. Enquanto esperávamos tivemos oportunidade para nos revesarmos na visita à Catedral de Nuestra Señora de la Almudena que tem uma capela maravilhosa.

Torre de Colón
Torre de Colón

Do palácio recomendo as “salas de Armeria”.

Visita rápida ao Museu Rainha Sofia, altamente recomendável.

Biblioteca do Museu Rainha Sofia
Biblioteca do Museu Rainha Sofia

28/03/2013

Um vislumbre do azul do céu, finalmente.

Metro até à Plaza de Espanha para ir ter com o nosso amigo João, que nos deu boleia para o Parque Warner. Um dia bem passado, se bem que com algum vento frio ao final da tarde. O parque é excessivamente caro para o oferta que tem, principalmente nesta época do ano em que andar nas diversões de água é puro suicídio térmico. Além do mais, algumas atracções estavam fechadas.

Algumas notas para os menos precavidos. 1. Não é permitido entrar no parque com alimentos sólidos ou líquidos (talvez deixem entrar alimentos gasosos, não sei…) E como seria de esperar, lá dentro uma sanduíche custava cerca de 10 euros e uma bebida cerca de 3. Como bons tugas furamos o bloqueio, passando subreptíciamente pela segurança que controlava as mochilas. 2. ao preço das entradas no parque acresce o preço do estacionamento, de mais 8 euros. 3. Para quem quiser andar nas diversões de água o parque disponibiliza secadores pela módica quantia de 2 euros por cada 5 minutos ou capas de plástico, que estão amavelmente à venda na loja. 4. Se quiserem ir no verão, protejam-se do calor como se fossem para um deserto… 5. O hotel do terror é uma coisa absolutamente evitável a não ser que queiram ficar com um enjoo e dores de cabeça para o resto da tarde. O mesmo para o coaster express, a montanha russa de madeira que trepida tanto que pouco prazer dá. Pelo contrário, o Superman é uma experiência recomendável (das melhores da minha vida neste tipo de atracções ) e a correcaminos, a montanha russa das crianças, é também bastante gratificante, até para adultos mais receosos.

Regresso as 20:00 para um jantar perto de casa. O local escolhido foi a pintxoteca taberna txankolina. Entre diversos pinchos divinais e cañas duplas fresquíssimas foram-se mais 30 euros, mas muito bem gastos. Como não fizemos a vontade ao estrumpfre resmungão, que queria ir ao Mac, lá tive que desembolsar mais 5 euros para o compensar com um doner kebab do city kebab (uma merda diga-se de passagem).

Voltinha dos tristes pela porta do sol, mais uma vez apinhada de gente e regresso a casa às 23 para o repouso dos guerreiros.

Ah, entretanto recomeçou a chover…

Madrid é uma cidade de muito ruído e poluição visual, dificílima de fotografar.
Madrid é uma cidade de muito ruído e poluição visual, dificílima de fotografar.

29/03/2013

Chove.

Saída as 12 para ir buscar o carro e ir de visita a Toledo. Chegada às 14, mesmo a tempo de almoçar no mac local (hamburgueres novamente só daqui a 1 mês !!!)

Estátua numa das portas de entrada de Toledo
Estátua numa das portas de entrada de Toledo

Catedral fechada, por ser sexta feira santa. Deve ser o único dia do ano em que decidem encerrar mas tudo bem. Toledo não me fascinou. Tampouco me fascinaram as igrejas ou sinagogas. É uma cidade excessivamente comercial onde entrada sim entrada não há um restaurante, uma cervejaria, uma taperia, ou qq coisa que dê de comer ou beber. A poluição visual é imensa e anula qualquer percepção de beleza que se possa ter de uma fachada, monumento ou rua. Uma desilusão. E uma constipação descomunal que isto de ser “superman” e no dia seguinte aguentar as fortes correntes de ar das ruas estreitas de Toledo é para gente mais nova…

Regresso rápido a Madrid que o tempo piora a olhos vistos e às 19 há uma procissão a não perder. Chegados a Madrid face ao estado do tempo, de chuva permanente, as procissões principais foram canceladas. Um dia em cheio portanto.

Viagem Toledo-Madrid
Viagem Toledo-Madrid

A compensação veio no fim do dia. Lá fomos ao mercado de san miguel para a despedida. Desta vez fomos mais decididos pois já sabíamos ao que íamos. Uma paella de carne (7 euros) um copo de vinho, uma cana ( 3 euros cada) 6 mini hamburguers (espanolas) (10 Euros) um prato de solomillo (20 euros) e para finalizar 3 morangos cobertos de chocolate belga, um de cada vez claro ( por 2! Euros cada um). Cada cêntimo foi bem gasto.

Sleep mode que amanha marchamos para casa.

30/03/2013

Chove.

Saída de casa as 11 em direcção ao retiro que o “nosso” esquilinho estava à espera das batatinhas fritas e do queijinho.

o "nosso" esquilinho no Retiro
o “nosso” esquilinho no Retiro

Passagem por Las Ventas e pelo Barnabéu. Almoço rápido no burguer king e ala que se faz tarde.

Chegada ao Porto às 20:00 e ida directa à Mauritânea Real para uma francesinha

Olé !

P.S. – Ao que sabemos, em Madrid continuava a chover…

2 pensamentos sobre “Crónicas de viagem: Porto – Salamanca – Madrid – Toledo – Porto

  1. Fernando, não imaginas o que me irritei saber que passei por vocês, fiquei a olhar para o teu filho, e não consegui ver que tu e a Marta estavam ao lado.

    Prefiro justificar esta distração com a subida de bicicleta, pela antiga IP5: 4 kms que demoraram 60 minutos a serem feitos.

    Acho que vou aproveitar este diário de viagem, para uma próxima escapadinha.

    Abraço.

    Eduardo Mouta

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